terça-feira, 5 de março de 2013

Rap: Ritmo e Poesia


Rap (em inglês, também conhecido como emceeing) é um discurso rítmico com rimas e poesias, que surgiu no final do século XX entre as comunidades negras dos Estados Unidos. É um dos cinco pilares fundamentais da cultura hip hop, de modo que se chame também (e de forma imprecisa) hip hop. Pode ser interpretado a capella ou com um som musical de fundo, chamado beatbox. Os cantores de rap são conhecidos como "rappersou MCs", abreviatura para mestre de cerimônias.


O rap, comercializado nos EUA, começou a se desenvolver com as festas nas ruas,nos anos 1970 por jamaicanos e outros. Eles introduziam as grandes festas populares em grandes galpões,com a prática de ter um MC, que subia no palco junto ao DJ e animava a multidão, gritando e encorajando com as palavras de rimas, até que foi se formando o rap. A origem do Rap veio da Jamaica, mais ou menos na década de 60 quando surgiram os sistemas de som, que eram colocados nas ruas dos guetos jamaicanos para animar os bailes.



Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos "toasters", que eram os mestres de cerimônia que comentavam assuntos, como a violência das favelas e a situação política, sem deixar de falar, é claro, de temas mais polêmicos, como sexo e drogas.


No início da década de 1970 muitos jovens jamaicanos foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos, devido a uma crise econômica e social que se abateu sobre a ilha. E um em especial, o DJ jamaicano Kool Herc, introduziu em Nova Iorque a tradição dos sistemas de som e do canto falado e foi se espalhando e popularizando entre as classes mais pobres até atingir a alta sociedade.



O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras de música rap, assim como palavrões. O cenário rap é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. O break, por exemplo, é um tipo de dança relacionada ao rap. O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual repleto de grafites nas paredes das grandes cidades.


O ancestral direto do rap pode ser considerado o funk, ou o jazz, músicas afro-americanas que apresentam elementos semelhantes. Outro ritmo ao qual o rap é tributário é o "toast", que consiste em versar sobre uma versão instrumental de alguma canção reggae, sempre no ritmo da batida.


No começo da década de 1980, muitos jovens norte-americanos, cansados da disco music, começaram a mixar músicas, e criar sobre elas, arranjos específicos. As músicas de James Brown, por exemplo, já serviram de base para muitas músicas de rap. O MC ( mestre-de-cerimônias) é o responsável pela integração entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto. É considerado o marco inicial do movimento rap norte-americano, o lançamento do disco Rapper’s Delight, do grupo Sugarhill Gang.





As primeiras gravações de rap datam do início dos anos 1970, com alguns grupos como os Last Poets e Gil Scott Heron. Nessa época, trata-se simplesmente da declamação de um texto sob o ritmo das batidas de tambores africanos, sendo a raça negra o tema favorito. 





Na década de 1980, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem à novos gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap. Com letras marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap. É a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre.


Inicialmente, os temas das letras giravam em torno de assuntos como festa e diversão, que aos poucos foram substituídos por outros temas como as desigualdades sociais e o combate ao racismo. vinte anos depois, se tornou um dos estilos musicais mais popular em todo o mundo, sendo muito difundido principalmente nos EUA, na França, no Japão e no Brasil. A primeira música de rap a surgir no Brasil foi "Kátia Flávia", em 1987, de autoria de Fausto Fawcett e Laufer.


"Freestyle": Modo de cantar o rap de forma improvisada. Colocando versos feitos na hora, baseados nos versos dos seus adversários. Geralmente os MC's participam de rachas, disputas de free style onde um tenta ser melhor do que o outro.



"Flow" é definido como "ritmos e rimas" de letras de uma do hip-hop e de como elas interagem


O rap surgiu no Brasil em 1986, na cidade de São Paulo. Os primeiros shows de rap eram apresentados no Teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Na década de 80, as pessoas não aceitavam o rap, pois consideravam este estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia.


Na década de 1990, o rap ganha as rádios e a indústria fonográfica começa a dar mais atenção ao estilo. Os primeiros rappers a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum. Logo a seguir começam a surgir novas caras no rap nacional: Racionais MCs, Pavilhão 9, Detentos do Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet Hemp e Gabriel, O Pensador.


Nos dias de hoje o rap está incorporado no cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos e saiu da periferia para ganhar o grande público. Dezenas de cds de rap são lançados anualmente, porém o rap não perdeu sua essência de denunciar as injustiças, vividas pela pobre das periferias das grandes cidades.



*Inspiração: Meu amigo Thiago Belo


*Créditos: wikipedia.com.br
                 suapesquisa.com/rap


4 comentários:

  1. Boa dissertação sobre o rap, bem informativa pra quem esta começando a ouvir e se interessar pelo hip-hop. Como o rap é geralmente polemico as pessoas ficam com um pé atrás. Até mesmo porque na maioria das vezes o primeiros rappers que normalmente a população tem contato são o Bling Bling (lixo comercial) e o Gangsta Rap (que deve ser entendido como crônica critica e não como apologia). Ai já viu né, julgam o livro pela capa! Quando tem contato com o Bling Bling ficam achando que o rap é só carro dinheiro e mulher, quando o primeiro contato é com o Gangsta, por não estarem acostumados com o tema, acabam tachando aquilo de "musica de bandido" sem realmente entender o universo e a intenção do Gangsta rap (vida de periferia, o quanto o marginalizado e oprimido sofrem e o pouco que o sistema oferece ao cidadão humilde). Mais o rap é muito mais que isso: é simplesmente o mais diversificado dos estilos! Versando sobre os mais diferentes assuntos, quebrando barreiras, se atualizando, servindo como instrumento de inclusão e de revolução ao oprimido é o que o rap tem de melhor. O rap se adapta a realidade de qualquer lugar, foi o instrumento de luta das populações negras dos anos 80 e 90 nos EUA mais ele se adaptou bem a nossa realidade brasileira, os brasileiros não só fazem rap como modificam o estilo para que ele se adéque a nossa realidade. Se você olhar para o rock, nada contra o estilo ou quem ouve, mais o nosso rock é praticamente uma copia barata do rock americano/europeu. O hip-hop não para por ai ele se adapta, é flexível, não importa quem você seja, onde você more, de que temas goste ou desgoste tem um rap feito pra você se adequando a sua realidade e adiantando seu lado.
    PORQUE O RAP É TÃO GRANDE QUE QUALQUER PALCO FICA PEQUENO.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pelo seu comentário, sou fã de rap e acho as letras profundas e criativas, mas não acho que o nosso rock seja uma cópia do rock americano/europeu. Temos os grandes Renato Russo, Raul Seixas e Rita Lee, que sempre serão ícones do rock e expunham críticas fortes ao sistema político e socio-econômico do Brasil em suas canções. Essa é a minha opinião. E obrigada de novo pelo elogio e pelo comentário! ;)

      Excluir
  2. Na moral muiito boa a sua analise. mas colocar um cara que canta rap modinhas' é um baita erro !! esse lixo nao e do rap, só acho. #UCRM

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Qual deles? Poxa, não foi minha intenção. É que muita gente conhece só alguns mesmo e isso também ajuda na divulgação do rap.

      Excluir